Ao menos em alguns estabelecimentos comerciais a cultura junina não está sendo esquecida em Euclides da Cunha. É certo que em virtude da insistência da pandemia do novo coronavírus qualquer modalidade de festividade com público não pode acontecer. O que jamais pode acontecer é deixarmos a cultura do São João morrer.
Em junho de 2020, o site euclidesdacunha.com publicou um poema do professor universitário Orlando Freire, intitulado “São João adiado”. A última estrofe diz:
Então, no próximo ano,
Tem emoção concentrada.
A festa do pé-de-serra
Não pode ser represada.
Fique em casa com saúde,
Vamos dar essa virada.
Naquele período, ninguém imaginou que o mundo permaneceria por tanto tempo trancado em casa, sem perspectiva de mobilidade, de um encontro popular, parado, esperando uma resposta científica capaz de curar a nação de um mau tão devastador que só terá respostas concretas num futuro muito distante, tendo em vista que o debate está cancelado e que boa parte de divide se colocando nos extremos.
A primeira estrofe do poema junino já dizia: O São João foi adiado / Cuidando para que o povo / Não seja contaminado. Poema continua mais atual do que nunca, pois os festejos juninos não mais serão realizados em 2021.
A pergunta é: o que passa em sua mente quando vê uma decoração junina nesse período turbulento?
A Skala Modas e a Loja Nova Magazine são alguns dos estabelecimentos do comércio de Euclides da Cunha que podem te proporcionar uma reflexão sobre tudo que representa o mês junino. Ouso apostar que o maior sentimento é de saudade. Saudade dos postes de iluminação pública enfeitados bom balões e praças muito bem ornamentadas, com bandeirinhas sendo sacudidas pelos ventos. Saudade daquela maratona de festividade que agitava todos os points da cidade no ritmo do forró, do pé-de-serra andante incomparável (Nativus do Cumbe), do Arraiá do Cumbe, até dos eventos privados.
Encerro com o último verso do poema, na esperança que no próximo ano, em 2022, tudo seja como – ou melhor – que antes dessa pandemia: Vamos dar essa virada.
Clique aqui para ler/reler o poema.